
Transtornos Psicopatológicos
O sofrimento psicológico pode se expressar de diferentes formas, influenciando emoções, comportamentos e a maneira como nos relacionamos com o mundo.
Cuidar da mente é compreender que o sofrimento psicológico pode se manifestar de diferentes formas nas emoções, nos pensamentos, nos comportamentos ou, muitas vezes, em silêncio.
Cada pessoa expressa o sofrimento à sua maneira: em alguns momentos através da inquietação e da ansiedade; em outros, pela tristeza, pela dificuldade de se concentrar ou pelo distanciamento das próprias necessidades.
Esta página foi construída para aproximar ciência e acolhimento, apresentando de forma clara e sensível os principais quadros clínicos que acompanho em psicoterapia.
O objetivo é favorecer o autoconhecimento, o reconhecimento de padrões emocionais e comportamentais e a compreensão das possibilidades de intervenção a partir da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).
Abaixo, você encontrará os principais grupos de transtornos trabalhados em consultório, com foco em regulação emocional, manejo dos sintomas e fortalecimento de estratégias saudáveis de enfrentamento.
1. Transtornos de Ansiedade
A ansiedade é uma resposta natural do organismo, mas quando se torna intensa, persistente ou desproporcional, pode causar sofrimento e limitar a rotina.
A psicoterapia auxilia no reconhecimento de gatilhos, na reestruturação dos pensamentos e no desenvolvimento de estratégias mais equilibradas de enfrentamento.
Principais quadros:
• Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): preocupação excessiva e constante, acompanhada de tensão e irritabilidade.
• Transtorno do Pânico: crises súbitas de medo intenso, palpitação, falta de ar e sensação de perda de controle.
• Fobia Social: medo de se expor e ser julgado, levando à evitação de situações sociais.
• Fobias Específicas: medo intenso diante de objetos ou contextos específicos.
• Ansiedade de Desempenho: autocrítica e bloqueio em situações de exigência.
• Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT): lembranças invasivas e hipervigilância após eventos traumáticos.
2. Transtornos Depressivos e do Humor
Envolvem tristeza persistente, desmotivação e perda de interesse, afetando a energia e o prazer de viver.
A TCC contribui para reconstruir significados, modificar padrões autocríticos e restabelecer a conexão com valores pessoais e propósito.
Principais quadros:
• Transtorno Depressivo Maior: humor deprimido, desesperança e perda de energia.
• Distimia: tristeza constante e baixa vitalidade por longos períodos.
• Depressão Sazonal: oscilações de humor ligadas a períodos do ano.
• Depressão Pós-Parto: tristeza, culpa e exaustão emocional após o nascimento do bebê.
• Transtorno Bipolar: alternância entre episódios de euforia (mania) e depressão, requerendo manejo conjunto com psiquiatria.
3. Transtornos de Personalidade
Caracterizam-se por padrões duradouros de funcionamento emocional e relacional, que interferem na percepção de si e dos outros.
A psicoterapia trabalha o autoconhecimento, o equilíbrio emocional e o fortalecimento da identidade pessoal.
Principais quadros:
• Transtorno Borderline: instabilidade emocional intensa, impulsividade e medo de rejeição.
• Transtorno Narcisista: necessidade de admiração e dificuldade em lidar com críticas.
• Transtorno Evitativo: sensibilidade à rejeição e evitação de interações sociais.
• Transtorno Antissocial: dificuldade em reconhecer regras, empatia e limites.
• Transtorno Obsessivo de Personalidade: rigidez, perfeccionismo e necessidade de controle.
4. Transtornos Relacionados à Impulsividade e Vícios
São comportamentos que surgem como tentativas de aliviar a tensão emocional ou buscar prazer imediato, mas acabam gerando culpa e prejuízos.
A terapia foca em identificar gatilhos emocionais, desenvolver autocontrole e construir hábitos mais conscientes e saudáveis.
Principais quadros:
• Dependência Química: uso de álcool ou substâncias como forma de fuga emocional.
• Compulsão Alimentar: comer em excesso diante de emoções intensas.
• Jogo Patológico: busca constante por risco e recompensa.
• Compras Impulsivas: gasto como forma de compensação emocional.
• Dependência Afetiva ou Tecnológica: necessidade constante de validação ou conexão.
5. Transtornos Obsessivo-Compulsivos e Relacionados
Caracterizados por pensamentos repetitivos e intrusivos (obsessões) e comportamentos automáticos (compulsões) usados para aliviar a ansiedade.
A TCC utiliza técnicas como Exposição com Prevenção de Resposta (EPR) e reestruturação cognitiva para reduzir o impacto desses sintomas.
Principais quadros:
• Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): rituais de limpeza, contagem ou verificação.
• Tricotilomania: puxar fios de cabelo ou pelos compulsivamente.
• Dermatilomania: manipular repetidamente a pele em busca de alívio da tensão.
6. Transtornos de Ajustamento e Estresse
Surgem diante de mudanças significativas ou situações de perda, gerando dificuldade de adaptação, irritabilidade ou sintomas físicos e emocionais.
A psicoterapia auxilia no processo de aceitação, reorganização da rotina e reconstrução de sentido diante de novas fases da vida.
Principais quadros:
• Transtorno de Ajustamento: dificuldade de adaptação a eventos estressores.
• Reações de Luto e Transições de Vida: enfrentamento de perdas, separações ou mudanças.
7. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
O TDAH afeta atenção, impulsividade e regulação emocional.
Em adultos, impacta o desempenho profissional, a organização e os relacionamentos — muitas vezes sendo confundido com desatenção ou desmotivação.
A psicoterapia ajuda a reconhecer padrões, compreender o funcionamento da atenção e desenvolver estratégias de autorregulação e foco.
Principais perfis:
• Desatento: esquecimentos e dificuldade de concentração.
• Hiperativo-Impulsivo: inquietação e decisões precipitadas.
• Combinado: variação dos dois padrões.
A procrastinação, comum em quem tem TDAH, também pode ocorrer em pessoas sem o transtorno, ligada à evitação emocional.
Cuidar da mente é um processo contínuo de consciência e reconstrução.
A psicoterapia é um espaço seguro para reconhecer padrões, compreender emoções e desenvolver novas formas de se relacionar consigo e com o mundo — sempre com ciência, acolhimento e propósito.
Compreender o sofrimento é o primeiro passo para transformá-lo.
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